segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A caminhada...

Há precisamente dois anos atrás, vivíamos momentos de muita ansiedade... Faltava passar uma noite para, finalmente, conhecer-mos a nossa filhota. Os meus pais e a minha irmã acabavam de chegar a nossa casa, para se juntarem à nossa alegria. Sabia que essa noite seria passada em branco. Pudera, esperava-nos aquele que seria o momento mais feliz das nossa vida.
Ainda assim conseguimos adormecer ou então sonhamos acordados... A manhã chegou apressada. Tomei banho, vesti a roupa de grávida que mais gostava. Despedimos-nos dos meus pais e irmã, carregamos a mala que estava pronta à seis semanas, e rumamos ao hospital! Chegamos antes da hora prevista. Eram 07:15 e chamaram-me para a sala de preparação. Despi-me e vesti aquela bata sensual... com a barriga então é que ficava :) Inicia-se assim o CTG. Ouvimos pela última vez o bater daquele coração tão pequenino e tão grande. O parto estava marcado para as 08:00. Estava, porque o médico acabou por se atrasar. Nervosismo, ansiedade, alegria, incerteza, felicidade, amor,..., uma mistura de sentimentos e emoções começou a debater-se sobre nós. Finalmente o médico chega e sou levada para a sala de cirurgia. Os enfermeiros e médicos sempre muito atenciosos, ofereceram-me uma enorme segurança e confiança. Já na sala e sentada sobre a maca, avistava o meu marido apreensivo do lado de fora... estavam a tentar a epidural. Tenta daqui, tenta dali... foi complicado chegar ao ponto certo. Mas é verdade é que não custou nada... mas ainda me lembro de sentir o líquido gelado descer pelo corpo. Aguardava-se pelo efeito da epidural. O meu marido entra e já com a bata sensual vestida. Preparamos-nos para a sua chegada, mas a epidural teimava em não fazer efeito. Dos joelhos não passou. Dose extra e nada. Preparavam-se então para me administrar uma anestesia geral. E em menos de 10 segundos desliguei.
A continuação das história é relatada pela minha cara metade que esteve sempre, mas sempre ao meu lado.
Começaram a fazer a incisão e elevam-se as minhas pernas... Dose extra de anestesia. Continuam a incisão e pumba... Mesa de apoio no chão... braço de capoeirista é assim... Dose acrescida e parece que a coisa acalmou. Ele quase a ter um ataque de coração e só dizia "ela está com dores..." (verdadinha, não me lembro de nada)... 9:14 Finalmente o momento mais ansiado. Ela. Aquele momento que dispensa palavras. (Tive muita pena não poder vê-la no primeiro momento). Levara-na para fazer os testes e vesti-la. Ele não saiu do pé de mim, para se assegurar que eu estava bem e que me deixavam compostinha. Por volta das 10h45 acordei e vislumbrei aquela linda bebé que no seu colo estava. Deitara-na ao meu lado e seguimos para o quarto. A partir daí nada nem ninguém conseguiria arrancar aquele sorriso que se instalou nos nossos rostos.
... recordar é viver!...

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